Fonte: pdt.org.br
Ao analisar o desempenho do PDT no 2° turno das eleições municipais, o
presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, propôs que já a partir de
janeiro de 2013 – e de olho nas eleições de 2014 – o partido inicie
campanha nacional pelo financiamento público das campanhas e, também,
pelo retorno da cláusula de barreira para cercear a ação dos partidos
“de aluguel”, fortalecendo os partidos tradicionais. As duas propostas foram aprovadas por unanimidade pelo plenário.
– Na reunião do Diretório Nacional no próximo dia 30 de novembro, em
Brasília, vou propor a necessidade do financiamento publico de
campanha porque ninguém aguenta mais depender de recursos que, depois,
saem três, quatro vezes mais caros. E a volta da cláusula de barreira –
que pode ser de dois ou três por cento do eleitorado, em vez dos
antigos cinco por cento – também é mais do que necessária para
fortalecer os partidos sérios – afirmou Lupi.
Sobre o quadro nacional, Lupi disse que a conquista de três capitais
com candidatos próprios – Porto Alegre, Curitiba e Natal – e mais o
excelente desempenho da aliança costurada pelo PDT no Maranhão que
elegeu Edivaldo, do PTC, prefeito de São Luiz, foram excelentes
resultados para o PDT – juntamente com o crescimento do partido em
algumas cidades de nível intermediário, como Uberlândia e Uberaba em
Minas Gerais.
“Nas 27 capitais brasileiras, temos prefeitos, vice-prefeitos ou
simplesmente apoiamos e participamos da aliança vitoriosa em 17
capitais”, listou Lupi.
No total de votos obtidos junto ao eleitorado brasileiro, o PDT
ocupa hoje a 5ª. colocação à frente de muitos dos quase 30 partidos
brasileiros. Mas em número redondo de prefeituras, o PDT regrediu: das
352 prefeituras conquistadas em 2008, o PDT caiu para 311 prefeituras.
Lupi explicou que essa diminuição ocorreu especialmente por conta do
Maranhão, onde com a saída do governador Jackson Lago, vítima de uma
armação conduzida pelos Sarney, o PDT perdeu dezenas de prefeituras.
Lupi chamou a atenção para a redução do prazo da campanha, o que
prejudica as candidaturas populares. “Em 1982 os candidatos eram
escolhidos um ano antes da eleição e tinham pelo menos seis meses para
fazer campanha. Agora, com a legislação atual, a campanha eleitoral dura
só 45 dias. E quanto mais curta é a campanha, mais fácil é para os
candidatos que tem dinheiro, prestígio ou poder. Campanha de 45 dias é
curta e cara”, afirmou.
De olho em 2014, o presidente nacional do PDT acha fundamental o
partido começar a construir – imediatamente – as candidaturas de 2014 a
presidente da República, senador, deputado federal e estadual. “Temos
que escolher logo os companheiros que irão para esse enfrentamento e é
fundamental definir, de imediato, o processo nacional. Ele é que vai
desenhar as definições regionais”, argumentou.
– Nossos prefeitos também precisam abraçar questões partidárias para
que se diferenciem dos demais. Um exemplo: a defesa intransigente da
escola em tempo integral. Ela é uma velha bandeira de luta do PDT e
precisamos popularizá-la por todo país. Este é só um exemplo. Se não
fizermos isto, seremos apenas mai s um partido. Por isso temos que nos
reunir mais, discutir mais, aprofundarmos mais nossas teses, nossas
linhas comuns de atuação”, explicou.
Para que isto seja possível, pregou a necessidade do partido se
reunir em seminários e encontros, em todo o país, para discutir suas
linhas programáticas e balizar a linha de atuação de seus prefeitos e
vereadores.
Especificamente sobre o Rio de Janeiro, Lupi, propôs e o plenário
aprovou, a realização de um seminário já em fevereiro do ano que vem
para discutir a atuação dos prefeitos e vereadores eleitos no Rio.
“A ideia é partirmos imediatamente para a construção de candidaturas
de deputados estaduais, federais e de governador e também cuidar da
formação de novos quadros partidários. Precisamos incentivar
candidaturas , temos que pensar nas pessoas que possam servir ao partido
nos municípios do interior, na Baixada e na capital. Temos que
analisar todas as possibilidades e convencermos essas pessoas de que o
partido precisa delas”, afirmou.
Detendo-se no segundo turno no Rio, Lupi analisou as derrotas do
partido em Niterói, São Gonçalo e Nova Iguaçu – onde o PDT disputou
segundo turno. Embora no Estado o partido tenha ganho mais uma
prefeitura, eram seis agora são sete, e tenha somado mais votos, as
derrotas não eram esperadas – especialmente em Niterói. Mas,
acrescentou, levando-se em conta o quadro anterior à eleição, o
desempenho de Felipe Peixoto, que perdeu para o candidato do PT por
pouco, foi muito bom.
“O prefeito atual, Jorge Roberto Silveira, meu amigo pessoal e
excelente prefeito, neste seu último mandato estava com uma rejeição de
65 a 70% -altíssima. Mesmo assim o jovem vereador Felipe Peixoto foi
para a disputa, conseguiu passar pelo primeiro turno e chegou agor ano
segundo turno perdendo por muito pouco. O resultado final, e com as
dificuldades todas que enfrentou, me levam a afirmar que Felipe, apesar
da derrota de agora, com certeza será o futuro prefeito de Niterói. Ele
tem apenas 36 anos, é jovem, tem disposição e tem muito tempo pela
frente. Esta eleição o credenciou – e como – para a futura disputa”,
elogiou.
O prefeito Sandro Matos, que venceu em São João do Meriti ainda no
primeiro turno, disse que esteve em Niterói para ajudar Felipe Peixoto e
reparou que, além de falta de estrutura, a campanha de Felipe Peixoto
estava muito centrada na questão do mensalão do PT, já que disputava
com um candidato do PT, e na sua opinião este eixo não era o ideal.
“Felipe trabalhou muito com a emoção, mas deveria ter usado mais a
técnica porque em outros estados e outros municípios campanhas baseadas
na denuncia no mensalão também não deram certo”, avaliou.
Sandro Matos reforçou a necessidade do PDT, imediatamente, começar a
conversar com outros partidos visando as eleições nacionais de 2014
porque “não dá para pensar em crescer sozinho, precisamos analisar e
discutir e ver com quem nós podemos fazer alianças porque elas serão
fundamentais para a disputa de 2014”, afirmou.
Sandro aprovou a proposta de reunir prefeitos, vereadores e
militantes do PDT já em fevereiro e aproveitou a oportunidade para
colocar o seu município, São João do Meriti, na Baixada Fluminense, à
disposição da direção estadual. “Podemos fazer no Via Show, que fica
nas margens da rodovia Presidente Dutra, um espaço que comporta com
tranquilidade muita gente e é muito bem localizado”, explicou.
O líder do PDT na Assembléia Legislativa, deputado Luizinho, por sua
vez, criticou o que definiu como “judicialização” da campanha
eleitoral, com a ação despropositada de alguns juízes – principalmente
no interior do estado – criando dificuldades para os candidatos
desenvolverem suas campanhas eleitorais. “Em Miracema, por exemplo, o
juiz proibiu que nosso candidato fizesse um comício na praça principal
da cidade, sem qualquer explicação. Em Japeri, a justiça eleitoral
proibiu a circulação de carros de som. Isto não tem cabimento”,
protestou.
Já o líder sindical Dal Prá, signatário da Carta de Lisboa, fez
questão de assinalar que estava decepcionado com o segundo turno no Rio e
que a derrota em Niterói não passava em sua garganta. “Tínhamos tudo
para ganhar, não podíamos perder, o que aconteceu na verdade é que não
houve coesão na campanha e faltou a força do partido atual na campanha”.
Sobre a proposta de realizar um seminário em fevereiro, Dal Prá
manifestou-se favorável e explicou: “Somos um partido trabalhista, temos
história, não somos de acertos e temos que honrar nossa sigla”,
disse. Dirigindo-se a Lupi, destacou também que “presidente, o PDT não
pode andar a reboque de ninguém! Temos que lançar nossos candidatos,
temos que trabalhar para vencer a eleição em 2014! Temos que fazer a
unidade com quem presta!”
O vereador Mazinho fez um relato da situação em Caxias, onde o PDT
elegeu dois vereadores, ele e outro e, também, o vice-prefeito – Laury
Villar. Já Correia, antigo militante do PDT da capital, queixou-se que
tentou ajudar na campanha de um candidato do partido na Zona Oeste, mas
foi solenemente ignorado, o que muito o magoou como fundador que é do
PDT-RJ.
André Carvalho, militante de Cabo Frio, denunciou que um deputado da
sigla, no exercício do mandato, subiu no palanque do adversário de
Jânio Mendes, do PDT, que se elegeu prefeito de Cabo Frio – denúncia
que Lupi pediu que fosse formalizada por escrito, diante de sua
gravidade; enquanto vários outros oradores expuseram seus pontos de
vista.
Chicão, militante, criticou junto com Domício Gonzaga a força do
dinheiro que foi colocado em circulação em Niterói para dar a vitória ao
candidato do PT; Olga Amélia fez críticas ao PT e ao Lula por terem
tentado zombar de Brizola quando ele ainda era vivo; e Wendel, ultimo
orador inscrito, saudou a eleição do prof. Pierre em Friburgo e dos 81
vereadores que se elegeram no Rio de Janeiro; apresentou trechos de um
trabalho de 20 páginas que realizou analisando os resultados no Estado
do Rio de Janeiro, que pretende disponibilizar na Internet – trabalho
que o militante Fernando Lobo também fez, por escrito, e encaminhou à
mesa diretora dos trabalhos; e Wendel pregou ainda a necessidade de
fortalecer o trabalho de formação política através da Fundação Leonel
Brizola-Alberto Pasqualini.
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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
De olho em 2014, PDT faz balanço da campanha
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